01 nov

Dr. Marcos Leão concede entrevista à Revista Época

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Dr. Marcos Leão concedeu entrevista para a Revista Época em uma reportagem que trata sobre a longa fila de espera para a cirurgia bariátrica no Brasil. O material está disponível nas bancas na edição nº 1112 de 28/10 e no site da revista. Confira um trecho:

A longa fila da cirurgia bariátrica no Brasil

O drama de quem espera pela operação no país onde a obesidade mata mais que armas de fogo
Constança Tatsch

A cozinheira Maurícia Pereira de Souza, de 36 anos, espera desde 2014 para fazer cirurgia bariátrica. Como a fila não anda, sua vida também está estagnada. Desempregada, esbarra sempre no peso de seus 146 quilos para conseguir trabalho. “Estive numa casa em que a patroa, quando abriu a porta e me viu, disse que não era nem para eu entrar. Ela perguntou: ‘Como é que você vai limpar o rodapé?’.” Outra vez, Souza foi chamada para cuidar dos filhos de uma delegada. Iam a uma festa. Quando entrou no carro, com as duas cadeirinhas, teve de se encaixar. Depois da festa, a delegada disse que Souza era muito boa, mas que não cabia no carro. “Da última vez, fui para uma entrevista num supermercado. Tenho ensino médio ( completo ) e habilidade para falar com os outros. A outra menina tinha a sétima série, não abria a boca, mas foi contratada. Ela vestia 38. O que importa é a aparência. Você se sente lá no chão. Eu me sinto inferior a qualquer outra pessoa.”

Sem trabalho, falta dinheiro para comprar os remédios de que precisa, além da insulina, que toma três vezes por dia e pega no posto de saúde. O preço da alimentação é outro complicador na perda de peso: em Belford Roxo, Rio de Janeiro, onde mora, a padaria próxima vende cinco pãezinhos por R$ 1. O saco do pão integral sai geralmente por R$ 11. A médica pediu que evitasse arroz e feijão, para não descontrolar a glicemia, e comesse mais legumes e proteína. No dia em que recebeu a reportagem de ÉPOCA em sua casa, Souza tinha apenas repolho na geladeira. Carne não deu para comprar.

A causa da obesidade de Souza só foi descoberta recentemente, quando passou pelo psicólogo do processo da bariátrica. Foi com ele que ela rememorou os abusos sexuais sofridos aos 9 anos na casa da tia. Para evitar voltar ao lugar onde encontrava o abusador, acabou se fechando em casa com a irmã e aprendeu a cozinhar. A comida era o refúgio para a dor e uma forma de desviar as atenções dela. “Queria que olhassem para quem quer que fosse menos para mim. Por outro lado, hoje sinto muito preconceito. Às vezes a pessoa gorda não é assim porque quer, mas por causa de alguma coisa que fizeram com ela. É muito fácil julgar por fora, mas saber o que está dentro é difícil.”

Mais que um problema de inserção social, a obesidade, em muitos casos, é uma questão de vida ou morte. Uma análise em 27 países da América Latina e do Caribe realizada recentemente pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) mostra que o excesso de peso e a obesidade são responsáveis por 300 mil mortes por ano — quase o dobro do número de pessoas assassinadas na região. No Brasil, 116.976 pessoas morreram devido às doenças causadas pela obesidade em 2015, último ano com dados disponíveis.

Em 2018, apenas 11.402 operações de redução de estômago foram feitas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). No Dia Mundial de Combate à Obesidade, celebrado no começo de outubro, dados atualizados mostraram um aumento no número de intervenções de quase 12% no primeiro semestre em relação ao mesmo período do ano passado, mas o número foi considerado insuficiente. “A oferta pelo SUS até vem aumentando, mas é totalmente incompatível com a demanda e a necessidade”, afirmou Marcos Leão Villas Bôas, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM).

Leia a reportagem completa no site da Revista Época e na edição impressa.

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